De acordo com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), a taxa de inadimplência entre os estabelecimentos de ensino chegou a 37% com a pandemia do novo coronavírus. É verdade que a emergência sanitária tornou a situação alarmante, mas o inadimplemento das mensalidades é um problema recorrente para os gestores educacionais.
O atraso no pagamento das parcelas, além de impactar negativamente o fluxo de caixa da escola, pode comprometer o pagamento das despesas de manutenção do espaço escolar e da folha de pagamento de professores e demais colaboradores.
Com o acúmulo da inadimplência e o alongamento do prazo de cobrança, a viabilidade econômica da escola pode ficar comprometida.
7 estratégias de gestão educacional para combater a inadimplência escolar
A inadimplência é um problema existente em todas as instituições de ensino, em maior ou menor grau. Porém, é necessário analisar caso a caso para entender qual a melhor forma de se evitar o atraso ou acelerar a cobrança. Uma política consistente de prevenção em relação a atrasos e ações eficientes de cobrança impedirão que a inadimplência prejudique a rotina e os investimentos da escola.
Veja 7 providências para combater a inadimplência.
Especifique, no contrato, as regras de pagamento
O primeiro passo para salvaguardar a instituição de ensino é garantir que o contrato de prestação de serviços educacionais seja claro e vá ao encontro do que está exposto na legislação educacional.
Além de conter o preço da anuidade e as respectivas mensalidades, o documento deve especificar os prazos de pagamento, os juros aplicáveis em caso de atraso e outras penalizações possíveis para o contratante.
Um serviço de advocacia virtual especializado em Direito Educacional é uma boa aposta nesse sentido, garantindo a redação de um contrato com a clareza necessária e os processos simplificados.
Ofereça diferentes formas de pagamento
É cada vez mais importante ser flexível em relação às formas de pagamento para ir ao encontro das necessidades de cada família. O recebimento em espécie é apenas uma das várias opções disponíveis que podem simplificar tanto a vida dos contratantes como da própria escola.
A instituição de ensino pode adotar os boletos e, até mesmo, permitir o uso dos cartões de crédito e de débito. O débito automático também é um excelente método de pagamento, sendo ele à prova de esquecimento, uma vez que, na data agendada, o valor referente à mensalidade é automaticamente descontado da conta bancária do pai do aluno.
Adote descontos de adimplência
Os descontos não são obrigatórios, mas podem servir como estímulo positivo para que os contratantes honrem com a data de vencimento das mensalidades. Uma estratégia interessante é oferecer, ainda, descontos exclusivos para aqueles que pagarem antecipadamente.
Outra saída, nesse sentido, é aplicar o abatimento no mês seguinte ou organizar sorteios de atividades extracurriculares ou materiais didáticos entre os bons pagadores.
A ideia é premiar aqueles que mantêm, em dia, as suas obrigações financeiras com o estabelecimento de ensino, fomentando a cultura de que cumprir os prazos é muito mais vantajoso para todos.
Faça uso de diferentes canais para se comunicar com os responsáveis
Alguns casos de inadimplência estão diretamente relacionados com a situação financeira da família, mas outros têm a ver com o esquecimento das datas de vencimento das mensalidades.
Esse fator, associado à ausência de descontos que estimulem a adimplência e falta de multas e juros por atraso previstas de forma clara no contrato, podem impulsionar os índices de inadimplência.
Portanto, é muito importante utilizar-se de diferentes canais de comunicação, de acordo com o perfil dos responsáveis pelos pagamentos. Boleto em papel enviado pelos correios, agenda virtual ou mensagens por Whatsapp para relembrar os prazos são excelentes opções.
Desta forma, conhecer cada família para estabelecer um contato mais próximo e efetivo e, assim, garantir que os pagamentos das mensalidades sejam realizados nos seus respectivos vencimentos.
Automatize o processo de cobrança
Mesmo com todas as tentativas de evitar a inadimplência, ela, eventualmente, vai acontecer, ainda que num percentual reduzido. Frente a isso, é fundamental ter um plano de cobrança consistente e incisivo, sem causar constrangimento às famílias ou alunos.
O Código de Defesa do Consumidor, que abrange os serviços prestados pelas escolas, proíbe, ainda, desligamentos de alunos no decorrer do ano letivo por falta de pagamento, retenção de documentos, impedimento de transferência ou realização de provas.
No entanto, a cobrança aos responsáveis pode e deve ser firme. Para facilitar, uma alternativa é recorrer à automatização antes de uma abordagem mais pessoal. Envio automático de mensagens de texto, notificações por Whatsapp e e-mails, por exemplo, são métodos mais econômicos.
Recorra à negociação da dívida
É essencial ter abertura e flexibilidade para renegociar a dívida, afinal, mais vale receber uma parte do valor faltante do que não ter qualquer retorno mesmo depois de todas as tentativas.
Depois de analisar o perfil da família, o montante da dívida e saber os reais motivos para a inadimplência constatada, sugira um plano de pagamento para que o contratante regularize a sua situação. Essa negociação deve acontecer, ainda que a cobrança tenha de ser feita judicialmente, num processo mais caro e moroso, porém necessário em alguns casos.
Conte com uma equipe especializada
Além de todas as táticas listadas, vale a pena apostar em uma equipe dedicada ao acompanhamento das dívidas e à realização de cobranças. Isso otimiza o trabalho e preserva a boa a relação que as famílias possuem com o time pedagógico.
Quer saber o que a legislação educacional diz sobre a inadimplência escolar e outros temas que todo gestor deve saber? Assine a nossa newsletter!